A facílima arte de viajar sozinha

Dormindo com o desconhecido!

Em uma viagem nada é mais imprevisível que as pessoas que conhecemos pelo caminho. Entre os pontos altos de uma viagem sozinha está a possibilidade de novas amizades. Sozinhas, estamos mais abertas ao experimento justamente porque saímos da zona de conforto de um amigo que tira a foto, que divide o encantamento, que conversa quando não há mais nada pra fazer, que divide a conta da pizza e da lavandeira (…). Ou você vai ficar muda a viagem inteira ou definitavamente vai ter que interagir nesses momentos e em outros.  Seja deitada numa praia seja numa caminhada, nessas horas de distração é muito provável encontra outros viajantes independentes.

O ponto de maior interação entre viajantes sem dúvida são os hostels. E no começo da aventura, a viajante independente sozinha pode esbarrar num contratempo que descabela a “marinheira de primeira viagem”: acabar num quarto coletivo misto! Sim, isso pode acontecer. E não deve ser motivo para pânico. No Brasil é pouco provável, já que a separação por gênero é práxis. No entanto, impossível não é – e eu sou a prova disso! Passei uns dias em Trindade e por conta de um “probleminha técnico” na reserva acabei dormindo uma noite num quarto coletivo misto, com dois ingleses.

Há aquelas intrépidas viajantes que vão dizer que é tudo igual, que não há nada demais. Há inclusive as que preferem. Uma das argumentações que já ouvi é de que os quartos são mais arrumados porque os “moçoilos” querem impressionar. Outras acham a experiência diferente e o que importa é interagir. E outras acham que há a séria propensão a roncos insuportáveis. É mesmo uma questão de se sentir a vontade. Pode ter dia que você esteja a fim da experiência e em outros dias, a abomine.

Então, para aquelas que planejam se hospedar em quarto feminino, para evitar surpresas desse nível fique atenta à quantidade de camas – geralmente os quartos mistos são aqueles com a maior quantidade. Claro que os sites informam que o quarto é misto, mas para o caso de não informarem, essa é a deixa. O mais comum no Brasil são as separações entre feminino, masculino, privado duplo/casal. Já em países europeus, é bastante comum acrescentar a essas categorias os mistos.

Já se quiser experimentar, a dica é ter o mínimo de bom senso na vestimenta na hora de dormir. De resto, nada muda.  Particularmente, se não tenho experiências horrendas tenho ao menos meia dúzia de histórias que vão do bizarro ao hilário. Mas nada que desabone os quartos mistos. A experiência é de cada um mesmo. Então, se acontecer é questão de relaxar. Pedir a troca assim que possível e ainda conseguir um desconto no restante da hospedagem!

 

Mônica SouzaPor Monica Sousa
Monica Sousa é jornalista. Mestre em Comunicação. Viajante sem luxos. Descobriu o prazer de viajar sozinha e não parou mais. No blog batendo-perna mostra que é possível se divertir gastando pouco. Viajar bem e barato.

 

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